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Em busca das raridades, fãs de Beatles e McCartney colecionam discos para cultuar os ídolos

10/10/2017 Fonte: G1/RS

Abrir a grande capa, retirar o disco, colocar na vitrola e posicionar a agulha milimetricamente na faixa escolhida. O ritual de ouvir discos de vinil ainda seduz muitos fãs de música, um hábito de antigamente que nunca foi tão atual. As lojas especializadas em vinis se multiplicam no país. Selos e gravadoras investem na prensagem de novos discos, ou de reedições de clássicos. Uma loja em Porto Alegre, por exemplo, não dá conta de repôr os títulos de certa banda inglesa, especificamente de Liverpool. Entre os fãs de Beatles, acumular edições da discografia da banda é um compromisso quase religioso.

"Não temos controle exato das vendas, mas toda semana sai algum", resume Vanessa Szortika, a proprietária de uma loja que só vende vinis, novos e usados. As reedições dos clássicos da banda que saíram nos últimos anos saem como água: a nova versão de Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band, que completou 50 anos em 2017, é um dos mais vendidos.

É um investimento: a média de preços é de R$ 150. Com a proximidade do show, a loja se prepara para receber mais clientes em busca de discos dos Beatles. "Isso aconteceu no The Who", diz Vanessa.

Intérprete e tradutor de Porto Alegre Gustavo Utz, 41 anos, é um dos clientes da loja de Vanessa. Sua coleção tem cerca de 50 discos, muitos herdados do pai, Werner Utz, "alegretense e beatlemaníaco", nas palavras do filho. Somente o Sgt Peppers, Gustavo tem quatro edições: do ano que saiu, de 1985, de 2014 e a última, comemorativa dos 50 anos. "É uma edição incrível, fez a alegria dos beatlemaníacos", comenta.

Encontrar discos dos Beatles não é tarefa fácil, como diz Utz. Segundo ele, muitos estão em más condições. Originais da época, em edição nacional, chegam a custar quase tão caro quanto uma edição nova. "Prefiro pagar o preço atual e pegar um mono 2014 novinho", exemplifica Gustavo.

Mas a busca continua. Entre discos oficiais e bootlegs, relançamentos e raridades, seja da discografia da banda ou das carreiras solos de John, Paul, George e Ringo, sempre há algo a ser vasculhado nas lojas e sebos. "Gostaria de ter o Ram da época", revela Gustavo, disco clássico do Wings, banda de Paul McCartney nos anos 70, que tem clássicos como Too Many People e Ram On, esta última tocada por Paul no show de Porto Alegre, em 2010.

 

Um Wings raro entre discos de jazz

 

Foi vasculhando uma caixa de discos de jazz em um sebo no Rio de Janeiro que Lucio Brancato, 39 anos, achou uma relíquia: uma bootleg gravada em um programa de TV em 1973, dos Wings. No repertório, estão músicas do primeiro disco da banda, Red Rose Speedway, e algumas que entrariam no lançamento seguinte, o clássico Band on the Run. "Este nunca vi ninguém ter, nem muitas informações sobre ele na internet", comenta Lucio.

Em sua residência, em Porto Alegre, acumulam-se dezenas de discos. Dos Beatles, a coleção está completa. De Sgt Peppers, ele tem as edições brasileira, inglesa e americana. "E rumo a quarta", completa ele, sobre a reedição comemorativa de aniversário.

Bootleg rara dos Wings, banda de Paul McCartney durante os anos 70, foi um achado de Lucio, no meio de uma caixa de discos usados de jazz no Rio de Janeiro (Foto: Arquivo Pessoal )

 Bootleg rara dos Wings, banda de Paul McCartney durante os anos 70, foi um achado de Lucio, no meio de uma caixa de discos usados de jazz no Rio de Janeiro (Foto: Arquivo Pessoal )

 

Expectativa pelo show

 

Tanto Gustavo quanto Lucio estarão presentes no show de Paul McCartney em Porto Alegre, na próxima sexta-feira. "Ele é um dos maiores compositores da história da música. Entra no mesmo patamar de Bach, Beethoven, Dylan, Brian Wilson, Bowie", enumera Lucio, que assistiu à apresentação de 2010, em Porto Alegre, e também viu o beatle se apresentar ao lado de Neil Young, no Desert Trip Festival, na Califórnia, em 2016. "Espero chorar menos", diverte-se ele.

Gustavo assistirá Paul McCartney pela quinta vez. A expectativa está grande, mas Gustavo confia que não se decepcionará. "Paul tem dez dias de descanso entre o útimo show, em Detroit (Estados Unidos), e Poa. Isso vai dar tempo para descansar a voz", analisa ele, sobre a performance de Sir Paul, já aos 75 anos. "Acho que Porto Alegre vai ter o vozeiraço dele!", conclui.

O show de Paul McCartney em Porto Alegre será o primeiro da One on One Tour, e acontece na próxima sexta-feira, dia 13 de outubro, no Estádio Beira-Rio. A abertura dos portões será às 17h30 e o show está marcado para às 21h30. Ainda estão disponíveis ingressos de pista premium. O show de abertura será do gaúcho Frank Jorge. Após Porto Alegre, o ex-beatle passa por São Paulo, Belo Horizonte e Salvador.


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